domingo, 21 de janeiro de 2024

Resenha A outra face - História de uma garota afegã

Livro
A outra face - História de uma garota afegã
Deborah Ellis
Tradução : Luisa Baeta
Editora Ática
2012
128 páginas


Lara leu este livro ano passado, por indicação do colégio, fez prova e tals.
Lembro dela revoltada na época.... com o desenrolar da história.


(...)

E hoje me senti assim também, é revoltante pensar que, é "apenas" uma história.... mas é uma história baseada no que a autora vivenciou e usou para criar o livro:

"A premiada escritora canadense Deborah Ellis ouviu histórias como a de Parvana em campos de refugiados afegãos no Paquistão e na Rússia, durante o regime talibã".



Parvana, 11 anos. Mora com o pai, a mãe, a irmã Nooria (que é implicante e resmungona e vive tratando Parvana mal) e mais dois irmãos pequenininhos, Maryam e Ali.




São afegãos, moram em Cabul, num quarto pequeno, num prédio destruído pelas bombas... A casa onde moravam também foi bombardeada e eles perderam praticamente tudo, inclusive o irmão mais velho, Hossein, foi morto por uma mina terrestre.

Pai professor, mãe jornalista... ninguém pode trabalhar.

Os talibãs impedem as mulheres de sairem de casa, então Norria e a mãe não podem sair. O pai trabalha lendo e escrevendo cartas para quem precisa se corresponder e não sabe escrever. E como ele tem uma perna que foi machucada por uma bomba,  Parvana acompanha o pai ao mercado todos os dias para ajudá-lo a andar e subir degraus.

Ela vai junto, mas fica coberta por uma roupa chamada xador para esconder o rosto, cabelos e ombros.


Parvana também é a responsável por buscar água na bica para a casa, faz 7 viagens buscando e trazendo um balde com água. Sobe os 4 andares do edifício até o quarto onde moram.


Tudo isso já é sofrimento suficiente.


Mas.... talibãs invadem o quarto, batem na mãe e levam o pai preso.


E agora? Como vão se manter? Conseguir dinheiro para comprar comida?


 Só resta a Parvana se disfarçar de menino… e ir trabalhar no mercado no lugar do pai.



      No início dá certo, Parvana até consegue alguns trabalhos, e gosta de sair e andar ao sol, já que agora "é um menino" e meninos podem sair a vontade nas ruas.


Ela também pode cuidar melhor da mãe e irmãos, já que "sendo menino" pode levá-los para andar na rua, sendo acompanhante deles.




É triste. 
Chorei e larguei a leitura algumas vezes.

A escrita da autora faz parecer tudo real, verdadeiro, como ela acompanhou mesmo...

Li em 2 dias, pois tive que parar e respirar algumas vezes.

Mas vale a leitura.

Necessária.

Como diz Ana Maria Machado, na introdução, para não permitirmos que nunca aceitemos um governo como os talibãs....







                       


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