Livro
A outra face - História de uma garota afegã
Deborah Ellis
Tradução : Luisa Baeta
Editora Ática
2012
128 páginas
Lara leu este livro ano passado, por indicação do colégio, fez prova e tals.
Lembro dela revoltada na época.... com o desenrolar da história.
(...)
E hoje me senti assim também, é revoltante pensar que, é "apenas" uma história.... mas é uma história baseada no que a autora vivenciou e usou para criar o livro:
"A premiada escritora canadense Deborah Ellis ouviu histórias como a de Parvana em campos de refugiados afegãos no Paquistão e na Rússia, durante o regime talibã".
Parvana, 11 anos. Mora com o pai, a mãe, a irmã Nooria (que é implicante e resmungona e vive tratando Parvana mal) e mais dois irmãos pequenininhos, Maryam e Ali.
São afegãos, moram em Cabul, num quarto pequeno, num prédio destruído pelas bombas... A casa onde moravam também foi bombardeada e eles perderam praticamente tudo, inclusive o irmão mais velho, Hossein, foi morto por uma mina terrestre.
Pai professor, mãe jornalista... ninguém pode trabalhar.
Os talibãs impedem as mulheres de sairem de casa, então Norria e a mãe não podem sair. O pai trabalha lendo e escrevendo cartas para quem precisa se corresponder e não sabe escrever. E como ele tem uma perna que foi machucada por uma bomba, Parvana acompanha o pai ao mercado todos os dias para ajudá-lo a andar e subir degraus.
Ela vai junto, mas fica coberta por uma roupa chamada xador para esconder o rosto, cabelos e ombros.
Parvana também é a responsável por buscar água na bica para a casa, faz 7 viagens buscando e trazendo um balde com água. Sobe os 4 andares do edifício até o quarto onde moram.
Tudo isso já é sofrimento suficiente.
Mas.... talibãs invadem o quarto, batem na mãe e levam o pai preso.
E agora? Como vão se manter? Conseguir dinheiro para comprar comida?
Só resta a Parvana se disfarçar de menino… e ir trabalhar no mercado no lugar do pai.
No início dá certo, Parvana até consegue alguns trabalhos, e gosta de sair e andar ao sol, já que agora "é um menino" e meninos podem sair a vontade nas ruas.
Ela também pode cuidar melhor da mãe e irmãos, já que "sendo menino" pode levá-los para andar na rua, sendo acompanhante deles.
É triste.
Chorei e larguei a leitura algumas vezes.
A escrita da autora faz parecer tudo real, verdadeiro, como ela acompanhou mesmo...
Li em 2 dias, pois tive que parar e respirar algumas vezes.
Mas vale a leitura.
Necessária.
Como diz Ana Maria Machado, na introdução, para não permitirmos que nunca aceitemos um governo como os talibãs....
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