segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Resenha Vidas Secas

Livro
Vidas Secas
Graciliano Ramos   
Série Clássicos Brasil
Editora do Brasil 
2024
112 páginas

    


Eu li este livro quando estava no ensino médio. Eu tinha 14 anos.

Na época, lembro de conversar com minha avó, que era nordestina, sobre os capítulos que eu lia e os acontecimentos da história...

(...)

Relendo hoje, chorei. Tenho 50 anos, e parece que a história continua a mesma, as pessoas que vivem no sertão nordestino vivem as mesmas dificuldades da época da minha primeira leitura.



São 13 capítulos.

Os títulos referem-se a cada personagem e acontecimentos que os cercam.



Francisco, sinhá Vitória, menino mais velho, menino mais novo e Baleia, a cachorra da família, começam na narrativa partindo em retirada pelas terras árduas e secas do sertão nordestino brasileiro.




A história conta a miséria e sofrimento desta família de retirantes em busca de melhores condições de vida num lugar onde a seca é um fenômeno natural, mas o descaso dos governantes para a situação que vive a população local é triste.

Sem comida e sem água, o primeiro capítulo é quase uma tortura, a família fraca, segue caminhando, se alimentando de animaizinhos que a cachorra Baleia ajuda a capturar e alimenta toda a família.

"... a cachorra Baleia, que era como uma pessoa da família, sabida como gente". (pág. 30)

Passam por grandes dificuldades na jornada e chegam a uma fazenda que parece abandonada e ficam nela. Logo, o dono da propriedade aparece e pede que saiam. Mas Francisco oferece seu trabalho e o fazendeiro deixa que fiquem.

A vida deles melhora um pouquinho, começa a chover e Francisco cuida da fazendinha e consegue alimentar a família e tem um teto para morar. As crianças brincam e se divertem com a cachorra Baleia. A mãe, Vitória, sonha com um futuro para os meninos.

Mas Francisco também tem dificuldades de se comunicar e acaba se envolvendo em confusões no pequeno vilarejo, como brigas, alcoolismo e jogatina. Vai até preso.

O que já era difícil parece ficar ainda pior.


A história segue, não vou contar tudo, gostaria que vocês lessem.

A narrativa é uma leitura envolvente, a gente entra na história e se envolve com os personagens. 

Como não amar a Baleia?




Por outro lado, o sofrimento dessa família nos toca. Eu chorei e senti raiva em algumas situações... mas nem faço idéia do que é sentir fome, sede, não ter segurança, não ter onde dormir...



O autor Graciliano Ramos viveu tudo isso e um pouco mais. Usou sua própria história sofrida para escrever Vidas Secas, que primeiro foi mostrado em contos de um jornal. Em 1938, foi publicado como livro. E é um clássico brasileiro, conhecido mundialmente.


#TemQueLer


"Edição especial, com um posfácio que convida à reflexão, carinhosamente preparada para leitores que gostam da genuína literatura brasileira". 
(Ed. do Brasil)


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