Livro
Ainda assim te quero bem
Caio Riter
Penélope Martins
Editora do Brasil
2021
134 páginas
Confesso que eu estava doidinha pra ler, desde que vi a sinopse:
No passado, Ana Lúcia tomou uma decisão muito difícil para viver um grande amor: deixar sua filha com o pai e perder completamente o contato com a menina. Muitos anos se passaram, e o arrependimento começou a brigar com a certeza de ter tomado uma decisão boa para si. Ao olhar para a tela do computador e ver na internet o perfil da filha, agora já com 15 anos, decide entrar em contato e, a partir daí, muita coisa precisará ser explicada. Um livro inteiramente composto por trocas de mensagens que explora diferentes pontos de vistas sobre o poder do perdão e as relações humanas que nos definem.
Marina e Ana Lúcia conversam neste livro por meio de mensagens.
Sim!
Uma lê, a outra responde.
E vice versa.
E Marina foi vizualizando e demorou um tempo para responder.
Ana Lúcia foi mãe jovem, da Marina. E vivia bem com o pai da Marina. Até que se apaixonou por outro homem, Lucas, e foi embora para Portugal, deixando Marina com o pai.
Bom, quando cheguei nessa parte da leitura, Marina respondia as mensagens bem ríspida e eu estava mesmo ficando com raiva da Ana Lúcia, por ter abandonado uma criança de 3 anos!
Mas...
A cada mensagem novos pontos da história vão aparecendo... Marina vai ficando mais maleável e eu, leitora, mudei de lado kkk
É incrível como a gente julga, faz pré conceitos...
Toda história sempre tem 2 lados.
E é isso que vão nos mostrando as mensagens.
Marina se revelou uma garota incrível, inteligente e muito sincera.
Foi bem educada, é fato, é ativa, atuante e certa das coisas que acredita.
Uma criança/adolescente ser vegetariana, sem os pais serem, é a prova de que é uma pessoa que acredita nas suas convicções e as coloca em prática. Adorei.
Fui me apaixonando pela Ana também. Ela é a mulher que Marina precisava conhecer.
Apesar de ter o pai e a mãe (madrasta) como uma família "perfeita", Ana é forte, decidida e incrivelmente centrada no bem pra ela mesma. Acho fundamental uma filha ver sua mãe sendo livre, tendo sua próprias coisas e agindo para fazê-las acontecer em prol da própria felicidade.
"Uma mulher deve sempre saber estar à frente de suas necessidades, não só as pessoais". (pág. 57)
Elas são parecidas sem terem convivido.
Essa magia da maternidade é fascinante e me tocou muito.
Elas continuam em contato por mensagens (de texto) e as mensagens vão ficando mais próximas (bate-rebate) como se estivessem mais perto uma da outra. Marina passa a chamar Ana de "mãe" "mam" e a ser bem carinhosa.
Claro, acontecem muitas situações difíceis a cada uma delas no dia-a-dia entre as mensagens...
(Não quero dar spoiler mas tem outros irmãos na história também, tem namorado, tem doença, tem separação, tem avó.... Tem um tanto de coisa!)
O livro também é muito rico, com as duas compartilhando livros que leram, situações típicas da adolescência como movimentos estudantis em favor de lutas e manifestos, dicas de alimentação saudável, vegetarianismo...
E, elas vão se tornando amigas, confidentes, mãe e filha...ainda que só no mundo virtual.
Até o dia em que o pai de Marina descobre esse contato das duas...
Vou parar de contar mas não vou esconder que chorei muito, senti raiva, orgulho, amor e um tantão de sentimentos.
Amei o livro.
Foi um presente para meu coração e para minhas relações pessoais.
Recomendo.
Você merece ler.
Para comprar:
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