sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Resenha Ainda assim te quero bem

Livro
Ainda assim te quero bem
Caio Riter
Penélope Martins
Editora do Brasil 
2021
134 páginas



Confesso que eu estava doidinha pra ler, desde que vi a sinopse:


No passado, Ana Lúcia tomou uma decisão muito difícil para viver um grande amor: deixar sua filha com o pai e perder completamente o contato com a menina. Muitos anos se passaram, e o arrependimento começou a brigar com a certeza de ter tomado uma decisão boa para si. Ao olhar para a tela do computador e ver na internet o perfil da filha, agora já com 15 anos, decide entrar em contato e, a partir daí, muita coisa precisará ser explicada. Um livro inteiramente composto por trocas de mensagens que explora diferentes pontos de vistas sobre o poder do perdão e as relações humanas que nos definem.



Marina e Ana Lúcia conversam neste livro por meio de mensagens.
Sim! 
Uma lê, a outra responde.
E vice versa.


Ana Lúcia foi quem começou o contato mandando a primeira mensagem e mais algumas.

E Marina foi vizualizando e demorou um tempo para responder.


Ana Lúcia foi mãe jovem, da Marina. E vivia bem com o pai da Marina. Até que se apaixonou por outro homem, Lucas, e foi embora para Portugal, deixando Marina com o pai.

Bom, quando cheguei nessa parte da leitura, Marina respondia as mensagens bem ríspida e eu estava mesmo ficando com raiva da Ana Lúcia, por ter abandonado uma criança de 3 anos!



Mas...

A cada mensagem novos pontos da história vão aparecendo... Marina vai ficando mais maleável e eu, leitora, mudei de lado kkk

É incrível como a gente julga, faz pré conceitos... 
Toda história sempre tem 2 lados. 
E é isso que vão nos mostrando as mensagens.



Marina se revelou uma garota incrível, inteligente e muito sincera.
Foi bem educada, é fato, é ativa, atuante e certa das coisas que acredita.
Uma criança/adolescente ser vegetariana, sem os pais serem, é a prova de que é uma pessoa que acredita nas suas convicções e as coloca em prática. Adorei.


Fui me apaixonando pela Ana também. Ela é a mulher que Marina precisava conhecer.
Apesar de ter o pai e a mãe (madrasta) como uma família "perfeita", Ana é forte, decidida e incrivelmente centrada no bem pra ela mesma. Acho fundamental uma filha ver sua mãe sendo livre, tendo sua próprias coisas e agindo para fazê-las acontecer em prol da própria felicidade.


"Uma mulher deve sempre saber estar à frente de suas necessidades, não só as pessoais". (pág. 57)

      Elas são parecidas sem terem convivido.
Essa magia da maternidade é fascinante e me tocou muito.


Elas continuam em contato por mensagens (de texto) e as mensagens vão ficando mais próximas (bate-rebate) como se estivessem mais perto uma da outra. Marina passa a chamar Ana de "mãe" "mam" e a ser bem carinhosa.



Claro, acontecem muitas situações difíceis a cada uma delas no dia-a-dia entre as mensagens...

 (Não quero dar spoiler mas tem outros  irmãos na história também, tem namorado, tem doença, tem separação, tem avó.... Tem um tanto de coisa!)

O livro também é muito rico, com as duas compartilhando livros que leram, situações típicas da adolescência como movimentos estudantis em favor de lutas e manifestos, dicas de alimentação saudável, vegetarianismo...


 E, elas vão se tornando amigas, confidentes, mãe e filha...ainda que só no mundo virtual.

Até o dia em que o pai de Marina descobre esse contato das duas...


Vou parar de contar mas não vou esconder que chorei muito, senti raiva, orgulho, amor e um tantão de sentimentos.

Amei o livro.

Foi um presente para meu coração e para minhas relações pessoais.





Recomendo.
Você merece ler.






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